Amor ou Medo: Qual Motiva Suas Ações?
Tudo o que fazemos pode ser resumido em ser motivado pelo medo ou pelo amor. Nossas ações são guiadas pelo desejo de evitar o desconforto ou a dor da rejeição, ou de experimentar a alegria e a realização de sermos abraçados. Viver pelo medo muitas vezes pode parecer a escolha mais fácil e segura do que optar pelo risco, pela vulnerabilidade de viver por amor. No entanto, a Bíblia nos ensina sobre um amor sem condições que tem o poder de transformar essa dinâmica.
A Essência do Amor de Deus
"E assim conhecemos e confiamos no amor de Deus que ele tem por nós. Deus é amor. Quem vive no amor vive em Deus, e Deus nele. Assim o amor é aperfeiçoado entre nós para que tenhamos confiança no dia do juízo: neste mundo somos como Jesus. No amor não há medo. Mas o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo tem a ver com castigo. Aquele que teme não é aperfeiçoado no amor." — 1 João 4:16-18 [1]. Esta passagem é a base para entender como o amor incondicional de Deus nos liberta do medo.
O Amor Condicional do Mundo vs. o Amor Incondicional de Deus
Isso é especialmente verdadeiro quando nosso impulso de amar e ser amado é obscurecido pela incerteza. Preocupamo-nos que o afeto que expressamos não seja correspondido. Ficamos ansiosos que qualquer intimidade e ternura que encontramos resultem inevitavelmente em algo que perdemos. Somos assombrados por quaisquer erros que cometemos, por não corresponder às expectativas, como se tornando a possível base para o fim de um relacionamento.
O amor assim – o amor impulsionado pelo medo – é um amor baseado em estipulações. É um amor dado para ganhar – para ganhar uma sensação de segurança ou totalidade. É devoção limitada pelas ressalvas do desempenho. É adoração que logo se mostra inconstante, pois é oferecida ou retida com base na comparação e competição – de ser "bom o suficiente" ou "melhor que". É uma paixão que cintila e eventualmente se apaga à medida que os sentimentos mudam ou as necessidades não são atendidas. É um compromisso tão forte quanto os laços aos quais está ligado – explícita ou implicitamente. Esse tipo de amor, em última análise definido por nosso interesse próprio, é o amor do qual falamos em nos apaixonar e desapaixonar sem rima ou razão.
Mas este não é o verdadeiro amor. O amor de que precisamos, o amor que é perfeito e expulsa o medo, é o amor sem condições. É afeto derramado abundantemente, não de acordo com porcentagens ou a reconciliação de um balanço. É um amor que vai além da comparação ou competição – abraçando a todos nós sem discriminação ou condenação de nossas fraquezas e falhas. O amor assim nunca desvanece ou se esgota, mas perdura mesmo quando as expectativas não são atendidas, mesmo quando a confiança é quebrada, e mesmo em nossos momentos de fracasso, derrota e vergonha. Este é o verdadeiro amor de Deus em ação.
A Origem do Amor Incondicional: O Caráter de Deus
A possibilidade de tal fidelidade ardente não vem de dentro, mas de cima – do nosso Criador. Ela deriva do caráter do Autor da Vida, que traz a humanidade à existência não com base em qualquer necessidade divina ou benefício recíproco, mas puramente por amor e bondade. Embora seja dado livremente, muitas vezes testamos os limites do carinho de Deus por nós – chegando até a insistir que podemos existir, podemos suportar por nossos próprios meios. Mas mesmo quando agimos como filhos rebeldes, nosso Criador permanece firmemente comprometido conosco. Apesar de nossos afetos continuamente mal colocados e promessas de adoração repetidamente renovadas e ainda assim quebradas, Deus não responde como um amante rejeitado e vingativo.
Em vez disso, Deus faz o impensável, o inimaginável, para reforçar a natureza imutável do carinho e da dedicação de Deus à humanidade. Recusando-se a permanecer a uma distância segura, nosso Criador nos persegue na carne. Vindo na pessoa de Jesus Cristo, Deus não retribui a infligir muitas feridas atacando da mesma forma, mas antes oferece a outra face. Com as mãos abertas dispostas a serem esticadas aparentemente até o ponto de ruptura em uma Cruz, Deus ternamente nos perdoa por sempre partir o coração de Deus. Mas essa paixão divina, finalmente expressa através do serviço e sacrifício de Cristo, prova ser ainda mais forte que a própria morte. E assim, esse amor é revelado como um amor que pode absorver tudo o que lhe é lançado, um amor do qual "nada poderá nos separar" (Romanos 8:39) [2]. Este é o ápice do amor de Deus e a manifestação mais pura do amor incondicional.
O Amor que Flui: De Deus para Nós, de Nós para o Mundo
Este amor que "não guarda rancor" (1 Coríntios 13:5) [3] também não reivindica direitos. O poder de tal dedicação reside em ser livremente prometido, em vez de forçado por culpa ou obrigação. Tal fidelidade inconquistável não pode ser conquistada ou ganha. O amor assim só pode ser dado pelo nosso Criador e recebido por nós como criação de Deus. Mas tal afeto incondicional e abundante não é para guardarmos para nós mesmos. O amor divino é destinado, dado a nós, para fluir para fora, de Deus através de nós para uns aos outros. É a essência de uma vida cristã plena, onde o amor sem condições se torna a nossa maior expressão de fé.
Negar tal ternura e compaixão a um semelhante é rejeitar o afeto permanente do nosso Criador por nós. Esta não é uma condição para ser abraçado por Deus; é a consequência natural e inevitável de viver do afeto permanente do nosso Criador por nós. "Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Quem afirma amar a Deus, mas odeia seu irmão ou sua irmã, é mentiroso" (1 João 4:19-20) [4].
Embora possa parecer contraintuitivo, amar incondicionalmente é exigente. Mais do que um sentimento, mais do que simplesmente uma escolha, o amor incondicional é um compromisso de querer o bem do outro, não importa as circunstâncias. É uma promessa inabalável para o futuro que começa no presente. É a disposição de estar presente, de caminhar lado a lado e, se necessário, de carregar uns aos outros em meio ao que ainda é desconhecido.
A natureza custosa de tal amor puro muitas vezes pode parecer além do nosso alcance. Por conta própria, por mais que tentemos, é. Mas graças à graça de Deus, que não apenas ama, mas é o próprio amor, que nos concede tal deleite incomparável como um presente, podemos experimentar e compartilhar o verdadeiro amor uns com os outros – amor sem condições.
Referências:
[1] 1 João 4:16-18 (NVI) [2] Romanos 8:39 (NVI) [3] 1 Coríntios 13:5 (NVI) [4] 1 João 4:19-20 (NVI)
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